Outro dia atendemos uma ocorrência que me partiu o coração, uma senhora de 65 anos que mora com o filho de 38 anos que estava extremamente alterado por uso de drogas e ela com medo ligou 153.
Chegando lá vimos a senhora chorando, os vizinhos ao redor olhando e o filho drogado gritando com ela, me intrometi e falei para ele ficar num canto enquanto conversava.
(ela) – meu filho eu to com medo, não agüento mais , já ajudei de todas as formas ele , quando eu chego em casa sempre ta faltando alguma coisa que ele vende para comprar droga, foi mandado embora do trabalho e gastou a rescisão toda….ontem eu tranquei ele em casa, mas ele pulou do 2 andar pela varanda do apartamento e só chegou hoje assim , eu não quero deixar ele entrar em casa, eu não quero mais ele na minha casa …eu desisto….
(eu) – senhora, calma ele agrediu a senhora? Ele roubou a senhora?
(ela) – não
(eu) – Sendo assim eu não posso levá-lo preso pois ele também não esta portando drogas…
(ela) – pela amor de deus faz alguma coisa…e se ajoelhando aos meus pés repetiu ” pela amor de Deus me ajuda”
(eu) – Calma senhora….calma nós vamos te ajudar…
Enquanto isso o filho drogado estava na calçada, falando coisas do tipo para a mãe “ sua vaca , 1 a zero para você , eu te odeio”.
E ela chorando, me perguntou “meu filho , não tem como levar ele preso?”
(eu) – senhora ele não esta lhe ameaçando, não esta portando drogas , não lhe agrediu, não tem como eu algemá-lo levar ele para a delegacia pois ele não ficaria preso, não esta cometendo crime nenhum”.
A senhora aos soluços perguntou :
(ela) – “não tem como matar ele??
Eu engoli a emoção, por que aquela senhora amava seu filho, mas estava literalmente jogando a toalha , apenas respondi ” não senhora”.
Dai ela desabou, “ meu filho você pode estar achando que eu sou a pior das mães, mas eu não agüento mais, se ele morresse ao menos eu e ele iríamos descansar. Aquele lá não é o meu bebê, que me deu tanta alegria quando nasceu, que eu ensinei a falar, que eu dei papinha de feijão, o meu bebê quando aprendeu a ler e a escrever me deu isso aqui ó:
ela tirou uma folha amarelada, quando ela abriu lá estava um coração escrito com letras infantis ” mamãe eu te amo” ….
Ela continuando “o meu bebê não existe mais, só esse dai …. o que eu fiz, meu Deus, para esse castigo” …. e ali estava eu e minha equipe…. vendo aquela senhora acabada, uma mãe de luto, mas luto por um filho vivo, um filho que as drogas matou, mas não foi só o crack, foi a maconha e a cocaína…. drogas essas que pessoas deixam seu domingo de folga para ir marchar em prol de legalização…. legalizar o “assassino” do filho daquela senhora de cabeça branca ….
enquanto eu estava ligando procurando algum lugar para interná-lo ele sumiu….mas antes de correr soltou “sua vaca você me paga” para a mãe dele …. então só nos restou levá-la a delegacia para dar queixa de ameaça.
E durante o trajeto ela perguntava o que tinha feito para ter esse castigo, q amava demais o filho mas já tinha feito de tudo, que estava cansada de tentar ver o “bebê dela” de volta …. que as crises quando ele estava sob efeito de drogas eram cada vez piores e quando acabava o efeito … era aquela coisa de esconder tudo dele e quando chegava em casa faltava um radio, uma TV, e coisas maiores como moveis …. e eu ali sem poder fazer nada, sem ter como dar as respostas aquela senhora apenas dando meu ombro para ela desabafar ….
O que eu poderia dizer? Que ela não tinha culpa, …. que tudo ia dar certo …. mas como mentir??? Como dizer que ela era uma mãe de luto de um filho vivo, um filho que não existe mais, por que no lugar dele ficou apenas um corpo dominado pelas drogas …. como dizer a ela que o “assassino do bebê dela – as drogas – ainda tinha varias pessoas marchando em pleno domingo para legalizar o uso????
Como dizer …. eu queria ajudar, mas não sou Deus, não sou um super herói, sou apenas um Guarda Municipal, … que sofre junto quando atende esse tipo de ocorrência … por que apesar das pessoas que ligam pro 153 acharem, eu não sei de todas as respostas que elas buscam nem tão pouco tenho a solução para todos os problemas, a única coisa que eu sei, e não entendo, como existem pessoas que querem legalizar algo assim?
Que fazem pessoas carinhosas, filhos bons se transformarem em pessoas cheias de ódio capaz de ameaçar a própria mãe?
Cheguei em casa, orei a Deus por aquela senhora, porque infelizmente foi só isso e conduzi-la a delegacia que eu pude fazer, agora eu queria ter filmado aquela cena, para poder mostrar a todos os indivíduos que querem legalizar as drogas …. vocês, os que defendem, e os traficantes são os maiores culpados de terem mães assim … sofrendo …. parabéns a quem defende as drogas … cenas de uma mãe desesperada como a que eu vi são frutos das suas ações!
Postado por anônimo.
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